Naquele tempo,
o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da
Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado
José,
que era descendente de David.
O nome da Virgem era Maria.
Tendo
entrado onde ela estava, disse o Anjo:
«Ave, cheia de graça, o Senhor
está contigo».
Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que
saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo:
«Não temas, Maria, porque
encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho, a
quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do
Altíssimo.
O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
reinará
eternamente sobre a casa de Jacob
e o seu reinado não terá fim».
Maria
disse ao Anjo:
«Como será isto, se eu não conheço homem?».
O Anjo
respondeu-lhe:
«O Espírito Santo virá sobre ti
e a força do Altíssimo te
cobrirá com a sua sombra.
Por isso o Santo que vai nascer será chamado
Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua
velhice
e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril;
porque a
Deus nada é impossível».
Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».
Lucas 1, 26-38
A Anunciação, icone russo do séc.XII: repare-se como as figuras do Anjo e de Maria
parecem falar directamente para o crente.
parecem falar directamente para o crente.
Porque não se trata apenas do nascimento de Jesus de Nazaré:
só isso já seria um acontecimento digno de festa e de alegria,
porque não é todos os dias que nasce um Homem como este.
Mesmo que tudo tivesse terminado naquela Cruz numa sexta-feira,
fora das muralhas de Jerusalém (Heb 13,12), sofrendo a maldição da lei (Gal 3,13),
de todas as nossas leis e lógicas capazes de julgar mas não de curar,
e deixado por todos os discípulos (Mc 14,50),
mesmo que tudo tivesse terminado por aí,
já teria valido a pena ter nascido um Homem como este.
Mas, como pressentem bem os discípulos de Emaús
de que, depois de uma história como esta, alguma coisa não está bem (Lc 24,21ss),
um Homem assim representa muito mais
do que Ele mesmo, ou Ele apenas.
«Ele será Grande», diz o Enviado, o Evangelista a Maria,
e com Maria, a cada um de nós.
«Ele será Grande». Grande, porque Maior do que Ele próprio.
Grande, porque Filho. Um Filho Amado (Mc 1,11).
E assim, neste Natal,
celebrando a Vida de um Homem como Jesus, de Nazaré,
é a Vida e o Sonho de uma Nova Humanidade, uma Nova Criação (2Cor 5,17),
uma Humanidade Reconciliada, Amada, Fraterna, Salva.
Porque Grande é o Mistério da vida de um Homem que,
por dar, entregar a sua Vida, do princípio ao fim (Jo 15,13),
se torna uma Vida maior do que ela mesma,
se torna a Vida de uma Humanidade Nova.
Um abraço grande!
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