quinta-feira, 13 de setembro de 2007

3: Os Votos: Caminho no Amor






Classicamente, o modo de explicitar a nossa Consagração ao anúncio do Evangelho, faz-se pela proclamação dos Conselhos Evangélicos, mais conhecidos por “Votos”: Pobreza, Obediência e Castidade. Brevemente, o que significam?

Ao optarmos pela Pobreza procuramos ser Pobres ao jeito de Jesus, ou seja, não se deixar engolir nunca pelos impulsos do egoísmo ou pelos desejos de possuir para dominar, sejam coisas, sejam pessoas. A pobreza ao jeito de Jesus tem a ver com simplicidade e disponibilidade para estar com todos, sem sobrancerias nem arrogâncias, dependendo da confiança na Graça de Deus e na Generosidade dos irmãos. A pobreza ao jeito de Jesus implica a consciência de que tudo o que temos tem que estar ao serviço da causa do Reino e do bem dos irmãos.

Ao optarmos pela Obediência procuramos ser Obedientes ao jeito de Jesus que dizia “O meu alimento é fazer a vontade do meu Pai!” Esta é a Obediência que vale a pena Professar (dar “bom testemunho” dela). Não prometemos obediência a pessoas investidas em cargos de poder, ainda que “poder religioso”, mas unicamente a Deus! Evidentemente, a Obediência à Vontade de Deus a nosso respeito implica uma atitude de vigilância permanente ao mistério das mediações e aos sinais dessa Vontade. Mas as mediações de Deus, normalmente, não andam associadas aos cargos de poder… Professamos uma Obediência Carismática, não eclesiástica.

Esta Obediência ao jeito de Jesus implica uma constante disponibilidade para sofrer e sangrar pelo Evangelho, se for preciso, para não o negar! A Obediência ao jeito de Jesus implica não desobedecer à Verdade do Evangelho, não renegar a defesa da Dignidade e Igualdade de todos os Seres Humanos e não ir contra a própria consciência.

Ao optarmos pela Castidade procuramos ser Castos ao jeito de Jesus. Por isso não constituímos família nos laços do sangue, mas optamos pela constituição da Família nos laços do Espírito. Não significa que sejam realidades contraditórias! Fazemo-lo como modo de alcançarmos a Disponibilidade radical para as tarefas do Reino e como Sinal de que a dinâmica eterna da Vida é a que acontece ao nível do Espírito. A Castidade ao jeito de Jesus é uma opção pela Fecundidade humana, que ultrapassa infinitamente a procriação.

A Castidade ao jeito de Jesus não gera “solteirões azedos e frustrados”, mas homens e mulheres amadurecidos na arte do Amor puro, gratuito e universal. Se não nos “fechamos” sobre ninguém não é para ficarmos “fechados” sobre nós próprios, mas sim para nos abrirmos a todos!

Fundamentalmente, estes votos são um caminho para viver o grande mandamento do Amor a Deus e ao Próximo, e tudo está em função deste. E estes votos não são feitos isoladamente numa capela, mas em Comunidade, em Igreja: ou seja, fazem-se para o serviço do Reino, e a comunidade cristã assume-se também como responsável para que este irmão caminhe de facto na entrega cada vez mais confiante e radical a Jesus Cristo e ao Amor do Abba.


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