domingo, 25 de maio de 2008

Saiu a semear...

De novo começou a ensinar à beira-mar. Uma enorme multidão vem agrupar-se junto dele e, por isso, sobe para um barco e senta-se nele, no mar, ficando a multidão em terra, junto ao mar. Ensinava-lhes muitas coisas em parábolas e dizia nos seus ensinamentos:
«Escutai: o semeador saiu a semear…»
(Mc 4, 1-3)

Cada frase de Jesus tem um significado especial quando estamos atentos: em todas revela-se este carácter de Evangelho, de Boa-Nova, de uma Novidade Boa, de uma Notícia de Alegria, como quando o disse Isabel:” logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio” (Lc 1, 44); o início do Evangelho de Lucas é pleno de alegria, desde Zacarias a Simeão, os pastores, Maria…

Como hoje o continua a ser. «Escutai!» Eis que algo de novo vai ser dito, uma Palavra nunca dita, nunca pronunciada, esperada sim, mas nunca realizada: «Eis que o Semeador saiu a Semear…» Ou então «Plenificou-se o tempo (o Kairós, tempo da graça e das oportunidades)»; ou até mesmo «Os teus pecados estão perdoados». Sempre, esta novidade de uma Salvação a acontecer, a inaugurar-se, a começar, a cumprirem-se as Escrituras, desde a Promessa à Aliança.

E porquê? «Virá sobre ti o Espírito Santo»; «Aquele sobre quem permanecer o Espírito Santo, esse é que Baptizará (mergulhará) no Espírito Santo»; «Se expulso os demónios com o Espírito de Deus, então o Reino de Deus chegou até vós»; «Estando os discípulos reunidos, chegou ao meio deles e disse: recebei o Espírito Santo».

Um qualquer autor do Novo Testamento reconhece que o Messias esperado é aquele que inaugurará os tempos da Salvação porque é o Ungido: n’Ele, o Espírito de Deus, o Espírito Santo do Deus Santo, entrará na Humanidade de um modo radicalmente novo para a transfigurar e inaugurar o Reino. E a sua Carta de apresentação será naquela Sexta-Feira, no escândalo da Cruz, seio que fecundará o Ressuscitado…

E então? Moralismo? Ajuda-me, Mestre, a nunca deixar de descobrir o Vinho Novo do teu Evangelho, que supera todas as águas mortas e paradas dos meus dias, o Vinho Novo de servir-te e amar-te, o Vinho Novo da Alegria do teu Espírito, o Vinho das Bodas do Reino, desse Reino do Abbá…
um grande abraço

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado por este post
Jesus não foi um moralista e o Evangelho não é um cógido de moral.
O amor é inventivo e não se decreta no concreto de normas ou leis.
Obrigado por já teres descoberto esta verdade fundamental!