sexta-feira, 19 de junho de 2009

Catequese (II)

Cá vai mais um conselho prático e sábio (opinião pessoal, claro!). Como ficou combinado, o autor será revelado só no fim: estou ainda mais convencido de que vai ser uma surpresa agradável! Um grande abraço!
«Invocando o Senhor no nosso coração, temeremos muito menos os êxitos incertos dos nossos discursos ante as reacções imprevisíveis dos nossos ouvintes. Pois uma obra é verdadeiramente boa quando a intenção do que a realiza se vê movida e estimulada pelo amor, e de novo se refugia no amor, como que voltando ao seu posto. E rogaremos a Deus com mais confiança para que nos fale como desejamos, se aceitamos com alegria que ele fale por meio de nós tal como podemos. E assim resulta que para os que amam a Deus todas as coisas concorrem para o bem (Rom 8,28).

Ora bem: se nos aborrece repetir muitas vezes as mesmas coisas, já sabidas, unamo-nos aos nossos ouvintes com amor fraterno, paterno ou materno, e unidos aos seus corações, essas coisas parecem-nos novas a nós também. Com efeito, tanto pode o sentimento de um espírito solidário, que quando aqueles se deixam impressionar por nós que falamos, e nós pelos que estão a aprender, habitamos uns com os outros: é como se os que nos escutam falaram por nós, e nós, em certo modo, aprendemos neles o que lhes estamos a ensinar.

Pois não costuma ocorrer que, quando mostramos aos que nunca haviam visto lugares bonitos e amenos, de cidades ou de paisagens, que nós, por havê-los já visto, os atravessamos sem nenhum prazer: mas renova-se o nosso prazer diante do seu prazer pela novidade. E isto é tanto mais quanto mais amigos são, porque através dos laços de amor, quanto mais vivemos neles tanto mais novas resultam para nós as coisas velhas.

Quando já fizemos algum progresso na contemplação de obras, desejamos que as pessoas nossas amadas se gozem e maravilhem apreciando as obras dos homens; mas não é só isso, senão que desejamos levá-los até à contemplação artística do autor, e que desde ali se elevem até à admiração e louvor de Deus, criador de todas as coisas, onde reside o fim do amor mais fecundo.

Com quanto mais razão é oportuno que nos alegremos quando os homens aprendem a aproximar-se ao próprio Deus, pelo qual se deve aprender tudo o que merece a pena de ser aprendido; e que nos renovemos na sua novidade, afim de que, se a nossa pregação resulta normalmente fria, ganhe fervor precisamente diante da novidade para o auditório! Se para mostrar o caminho a uma pessoa cansada recorremos com benéfica alegria os caminhos que nos são mais desconhecidos, com quanta mais alegria e gozo devemos caminhar ao longo da História da Salvação

(...)


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