sexta-feira, 2 de abril de 2010

Apenas 3 pequenos passos... (I)



Entramos hoje na celebração de um Mistério que, antes de mais, pertence sobretudo a este Homem, Jesus de Nazaré. E o melhor é que é ele mesmo que nos convida, introduz, conduz nestes passos que vamos agora, nós, percorrer. Passos que ele próprio já percorreu, que ele próprio viveu na carne. «Aprendeu a obediência no sofrimento», ñão deixa de nos lembrar a Carta ao Hebreus (Heb 4, 8).
É ele, de facto, quem nos vai introduzir neste Mistério que celebramos. É ele quem envia os discípulos a preparar a ceia pascal numa sala já combinada com o dono do lugar (Mc 14,13-15), é ele quem, como chefe de família judeu, reparte o pão e proclama as bênçãos (Mc 14,22), é ele quem, como um bom dono da casa, recebe os seus hóspedes lavando-lhes os pés (Jo 13, 4). É ele, portanto, quem nos vai introduzir no mistério desta Páscoa...
Podemos multiplicar as palavras, imagens, discursos sobre o significado da vida de Jesus, da sua missão, do Reino, da sua morte e Ressurreição. E temos de o fazer, «proclamar a Palavra, insistir em tempo propício e fora dele» (2Tim 4,2). Mas neste dia é o próprio Jesus quem nos vai apresentar o sentido e significado, quer da sua vida que está para trás, quer da sua morte que virá à frente. Vai apresentá-lo no partir do pão e do partilhar do vinho (1Cor 11,23-25). Um pão que é o seu Corpo, um vinho que é o seu Sangue; ambos são a sua vida. Entregue. Doada. Numa abertura radical. Para os discípulos. Para a multidão (Mc 14.24). Para Deus.
Um Homem que, numa Hora derradeira (Jo 13,1), se apresenta no que foi e no que está prestes a tornar-se: corpo entregue e sangue derramado que, sem deixar de o ser na verdade física pura e dura, se abre para a maior liberdade pessoal...
Um Mistério que sou convidado a entrar e participar, à mesa, servido por este Anfitrião, na sua Casa que é a sua própria Vida...

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