quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O Advogado é também a Lei da Nova Aliança

Partilho uma leitura que fiz há alguns meses e que foi uma fonte para esta experiencia que tenho partilhado sobre o Espírito Paráclito.




O Espírito que é a fonte da vida cristã é também a norma que rege essa vida. É uma Pessoa a lei do Novo Testamento. São Paulo exorta: Se o Espírito nos dá vida, sigamos também os passos do Espírito (Gál 5, 25). Muito grande é a nobreza da lei que dirige a moral cristã: é a que motiva a Deus mesmo nas suas acções e a que vive Cristo na sua Ressurreição: a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus (Rm 8, 2).

Esta lei é pessoal. É uma pessoa, uma Pessoa Divina. Além disso, afecta ao homem no seu ser central, no seu eu. É construtora da pessoa, criadora de comunhão com Deus e com os homens. O Espírito é sempre uma força personalizadora. A nova lei é uma, afecta ao homem na unidade da sua pessoa. É interior: o Espírito que é a interioridade de Deus derramou-se nos corações. A lei de santidade é a tal ponto interior que o cristão é santo no seu próprio ser.´

As leis escritas contêm preceitos; não dão força para observá-los. A nova lei dinamiza a vontade inscrevendo-se nela, pois o Espírito é força. Produz acções da mesma maneira que uma planta madura o seu fruto, como uma mãe dá à luz: O fruto do Espírito é caridade, alegria, paz, paciencia, bondade (Gal 5, 22). Semelhante nascimento pode ser doloroso, mas a força que faz nascer é muito poderosa.

Ao mesmo tempo que se impõe ao Homem, a lei nova o faz livre, pois onde está o Espírito, está a liberdade (2Cor 3, 17). O que caminha segundo o Espírito derramado no seu coração, obedece à lei do seu próprio coração. Sem dúvida cumpre a vontade de outro, a de Deus, mas que é alguém íntimo, convertido no seu próprio desejo: faz o que quer. Como esta lei imanente é uma força, liberta o cristão dos poderes adversos e da própria debilidade, da que está preso. Nada é mais livre do que aquele cujo dever é realizar o seu próprio desejo e tem força para isso.

A moral cristã é aberta, a personalização do Homem é um trabalho contínuo pois nunca assimilará por completo nem a força do Espírito que se lhe oferece nem a filiação de Jesus. Até no feliz encontro pleno e definitivo com Cristo, o desejo já colmado não se apagará, pois o Espírito em quem tudo se acaba é um eterno começo. Toda a moral cristã caracteriza-se pelo que define o Espírito: a Comunhão.


François Xavier Durrwell cssr, excertos de “El Espíritu Santo en la Iglesia”. Redentorista francês de Estrasburgo, viveu entre 1912 e 2005. Professor de teologia, escreveu diversas obras centradas no Mistério Pascal de Jesus. A leitura deste livro ajudou-me muito a ter mais consciente o papel do Espírito Santo na minha vida. Certamente partilharei algum outro texto aqui.
Um Grande abraço

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