domingo, 1 de junho de 2008

na casa de meu Pai...

No grupo de jovens ao qual pertenço, estivemos hoje a conversar sobre as relações com os nossos pais, e dos nossos pais connosco. Quer dizer, não é que tenha havido muitas palavras, mas estivemos numa serenidade tão grande... Gostava de convidar-vos a todos a passar pelo nosso blog Zaqueu: lá tem os links dos textos que lemos, do pe. Santos.
Todas as relações têm as suas coisas especiais, pelas coisas especiais que têm as pessoas. E então relações tão fortes - e quotidianias! - que são as de pais e filhos...
Num e noutro encontro que tive com pais de crianças (ou adolescentes sabe-se lá!) que iriam celebrar a festa da Profissão da Fé, conversamos sobre algo muito interessante: Jesus com 12 anos e a relação dele com os pais.
Apesar de Lucas depois repor a situação dizendo que Jesus "voltou para Nazaré e era-lhes submisso e crescia em sabedoria, em estatura e em graça" (Lc 2, 51), o que é certo é que o episódio de se perder no templo é um grande acto de desobediencia de Jesus aos pais! E quando a mãe lhe pergunta "Porque nos fizeste isto?", Jesus responde com a sua missão, aquilo que será a sua própria vida, a história que ele próprio construirá, que será uma história diferente da dos pais - "Não sabeis que deveria estar na casa de meu Pai?!"(Lc 2, 49). Responde assim ao apelo mais forte que os pais sentem - unir o destino dos filhos ao seu, no vinculo que vem desde a barriga da mãe!
Mas, aos doze anos, Jesus já pode proclamar a Palavra na Sinagoga, e pode começar a Missão da sua vida, a sua história, a sua identidade. Como hoje também, com qualquer um de nós...
Os Evangelhos, sobretudo os Sinópticos, dão poucas informações sobre Maria. Mas quando a apresentam, é sempre com a mesma atitude: Não entende.
"Nisto chegam sua mãe e seus irmãos que, ficando do lado de fora, o mandam chamar. A multidão estava sentada em volta dele, quando lhe disseram: «Estão lá fora a tua mãe e os teus irmãos que te procuram.» Ele respondeu: «Quem são minha mãe e meus irmãos?» E, percorrendo com o olhar os que estavam sentados à volta dele, disse: «Aí estão minha mãe e meus irmãos. Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe.» (Mc 3, 31-36)
No pouco que percebo destes assuntos, parece-me que Jesus seria um filho que poucas mães e pais gostariam de ter: não deixou família, descendência (fundamental para um judeu!), não teve uma arte, perseguido, nómada, sem um lugar onde "reclinar a cabeça" (Lc 9, 58), morto como os piores criminosos no império romano, novo, sozinho... Pode alguma mãe compreender?
E no entanto, era a história de Jesus, a sua própria: "Não sabeis que deveria estar na casa de meu Pai?!"

Se calhar, o que uma criança (ou jovem, ou adolescente!?) de 12 anos pede aos pais, na sua profissão de fé... é que os pais façam uma profissão de fé nela! Que afirmem que acreditam nela, que confiam nela, mesmo que muitas vezes... não entendam!
Porque falo nisto hoje? Por nada de especial.
Se calhar, por ter tido a oportunidade de conversar sobre isto, com pais e jovens...
Se calhar, por estarmos em Maio, e ontem ter ido a Fátima...
Ou se calhar porque a Vida, o Reino, têm regras algo estranhas...

um grande abraço

1 comentário:

Anónimo disse...

AGORA QUE CADA DIA QUE PASSA NOS SENTIMOS MAIS PAIS, TEMOS MEDITADO NA MARAVILHA DESTA RELAÇÃO DE PAIS-FILHOS E EM TODAS AS POSSIBILIDADES QUE SE ABREM NA NOSSA VIDA. MAS COMO EM TUDO, TAMBÉM SENTIMOS O PESO DA "RESPONSABILIDADE", O CONSEGUIR DAR RESPOSTA E A CERTA, ÀS SOLICITAÇÕES DO DAVID. VIVEMOS NA CERTEZA, DE QUE CONTINUAREMOS INSPIRADOS PELA FAMÍLIA DIVINA E QUE ESTA NOS AJUDARÁ A SERMOS SEMPRE MAIS AO SEU JEITO.

OBRIGADO RUI POR ESTA PARTILHA QUE NOS ARDEU NO CORAÇÃO E AINDA NOS ALERTOU MAIS PARA A VIDA QUE AGORA INICIAMOS.

DAVID, RITA E MARCO JR