terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sonhar uma Igreja... (II)

«Quer uma Igreja aberta. Tem audácia para o risco. Em que deposita a sua confiança para o fazer?

Sim, quero uma Igreja aberta, uma Igreja cujas portas estejam abertas à juventude, uma Igreja que dirija a sua visão para um horizonte mais amplo. A Igreja não se tornará atractiva por adaptação nem por ofertas tíbias. Eu confio na Palavra radical de Jesus, essa Palavra que nós temos que traduzir para o nosso mundo como ajuda para a vida, como Boa-Nova que Jesus quer trazer. Traduzi-la não significa torná-la inofensiva. Através da nossa vida, com a coragem de prestar ouvidos à Palavra e de dar testemunho dela, a Palavra de Jesus tem que mostrar o seu perfil na actualidade. Jesus quer aliviar aos cansados e angustiados, quer assinalar aos ricos as suas possibilidades e opor-se aos injustos.

A mim impressiona-me o facto de que Jesus pergunte: «o Filho do Homem, quando vier, encontrará Fé na terra?». Não pergunta: encontrarei uma Igreja grande e bem-organizada? Sabe valorizar também uma Igreja exígua e pequena, que tem uma fé forte e actua segundo ela. Não devemos fazer-nos dependentes de números e de êxitos. Assim seremos muito mais livres para seguir o chamamento de Jesus.»
Carlo Martini, Colóquios Nocturnos em Jerusalém, p. 169

Um grande abraço!


1 comentário:

Romeu disse...

uma só grande comunidade regulamentada para milhões de pessoas não permite realmente termos um sentimento de pertença e viver a partilha...mas acredito que milhões de pequenas comunidades cada uma criando os seus ritmos em torno de uma fé comum, a coisa seria diferente.

um abraço