segunda-feira, 18 de maio de 2009

Emaús... (I)

«No mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera.

Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho; os seus olhos, porém, estavam impedidos de o reconhecer. Disse-lhes Ele: «Que palavras são essas que trocais entre vós, enquanto caminhais?» Pararam entristecidos. E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias!» Perguntou-lhes Ele: «Que foi?»

Responderam-lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; como os sumos sacerdotes e os nossos chefes o entregaram, para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel, mas, com tudo isto, já lá vai o terceiro dia desde que se deram estas coisas. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram perturbados, porque foram ao sepulcro de madrugada e, não achando o seu corpo, vieram dizer que lhes apareceram uns anjos, que afirmavam que Ele Vivia... Então, alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas, a Ele, não o viram.»
(Lc 24, 13-24)


Já temos no ouvido, assim ao longe, aquele rumor que algumas já dizem: “Uns anjos afirmaram que Ele Vivia”, dizem… Que Ele Vivia, que Ele Vive… será verdade?

Marcou-nos. A sua vida foi um verdadeiro Acontecimento, que passou na Galileia, por entre os seus caminhos, por entre as suas pessoas… Um Homem… Marcou verdadeiramente, e a sua vida ganhou uma força quando um dia decidiu: «Jesus dirigiu-se resolutamente para Jerusalém» (Lc 9,51). Mas os sumos-sacerdotes e os escribas não o aceitaram…

Marcou-nos… É d’Ele, é de uma Pessoa que estamos a falar… Sim, é d’Ele… Surgiu na Galileia com um anúncio tremendo, uma Palavra carregada de força e significado com todas as esperanças e promessas do nosso Povo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo» (Mc 1,15)… Como já dizia o nosso profeta Isaías, lá longe, naquele Exílio onde não sabíamos onde estava a fidelidade e salvação do nosso Deus: «Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que apregoa a boa-nova, e que proclama a salvação! Que diz a Sião: «O teu Deus reina!» (Is 52,7)

Seria verdade? Teria chegado a Presença Salvadora do nosso Deus? As suas palavras vinham acompanhadas de uma Verdade que nos surpreendia: a sua Autoridade a Ensinar abria-nos ao acolhimento desta Vontade de um Deus que nos amava como um «Pai do Céu que dá coisas boas aos seus filhos» (Mt 7,10); a sua Autoridade a Curar os que o procuravam revelava um poder superior a todas as forças do mal (Mc 1,27); a sua Autoridade a Chamar-nos revelou-nos um Homem a quem podíamos confiar as nossas vidas nos seus passos, e nós o seguimos (Mc 1,20)…
Uma Autoridade que nos marcou, uma Autoridade que não se esquece… uma Autoridade que gerou um movimento, um Acontecimento, de multidões a quem alimentava com a sua Palavra e com o Pão partilhado do Reino (Lc 9,11)… uma Autoridade que nos fazia perguntar: de onde vem este Homem? Vem de quem? Quem o enviou, quem está por detrás, quem está com ele a fazer acontecer tudo isto? Quem é este Homem?

E depois, a sua intimidade com o nosso Deus… Pai, ensinou-nos a dizer…

E agora, recordamos, discutimos, procuramos tudo isto… Será possível que tudo tenha terminado desta maneira? Afinal, não é quem esperamos? Deus não estava com ele? Estava, sem dúvida, ele foi um Profeta; mas ainda não é o tempo do Reino…

Mas será possível regressar a casa e a toda a nossa vida de antes depois de o ter conhecido, ou de ele ter acontecido na nossa vida?
...

2 comentários:

Anawîm disse...

Já era desconcertante a Autoridade de um galileu sem a instrução das melhores Escolas da época...
... quanto mais será desconcertante depois a Autoridade de um galileu crucificado vergonhosamente...
Que homem este Jesus... Que Homem tão repleto de Deus! E que Deus tão cheio deste Jesus!


Rui, é sempre bom passar por aqui
Um abraço

calmeir4o Matias disse...

Rui Pedro
Bonita maneira de sublinhar a Boa Nova da Ressurreição.
Um abraço
Calmeiro Matias