sábado, 18 de julho de 2009

Santíssimo Redentor


«Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele»
(João 3,16-17).

No 3º domingo do mês de Julho, celebramos como redentoristas a festa do Santíssimo Redentor, a quem é dedicada a Congregação (CSsR: Congregação do Santíssimo Redentor). É uma oportunidade para celebrar de modo especial o mistério da Redençãoa Acção de Deus, a força do seu Amor no seio da nossa história muito marcada pelo sofrimento e pelo pecado.

A vida de Jesus é o retrato perfeito desta dinâmica da Redenção; os evangelistas testemunham, logo no princípio do seu ministério, esta proclamação de Jesus dirigida a um homem paralítico (Mt 9,1-8; Mc 2,1-12; Lc 5,17-26): «Filho, os teus pecados estão perdoados». E de acordo com a verdadeira lógica bíblica, o Perdão corresponde à verdadeira cura e libertação da pessoa, cujo mal do qual é vítima e culpada se pode representar na incapacidade de caminhar: «Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados, Eu te ordeno - disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa». E descobrimos que no centro do Evangelho, da Vida de Jesus, está o Perdão – o Reino de Deus é o Reino do Perdão e da Libertação: «De modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»

É de olhar fixo na Ressurreição de Jesus, «o Santo e Inocente» crucificado (Act 3,13) que os discípulos descobrem a Vida Nova que irrompe no seio da nossa história: «Onde abundou o pecado, super-abundou a Graça» (Rom 5,20), onde a mentira e a morte dominaram, a fidelidade e a justiça de Deus venceram. Ressuscitou. Para nós, «a nossa Páscoa» (1Cor 5,7).

A Palavra do Filho foi a da fidelidade e entrega «até à plenitude» (Jo 13,1): «Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos» (Jo 15,13). A Palavra do Pai foi a da plena geração de Vida Nova no seu Amor: «Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei» (Act 13,33).

E este diálogo familiar, diálogo eterno de Amor pois «Deus é Amor» (1Jo 4,8), diálogo no Espírito Santo, este diálogo, esta Palavra é pronunciada no seio do nosso mundo, da nossa história: um Amor que super-abunda por entre o pecado e a morte: «Anulou o documento que, com os seus decretos, era contra nós; aboliu-o inteiramente, e cravou-o na cruz» (Col 2,14).

Celebramos este Mistério da Redenção como o Diálogo, a Palavra Familiar que é pronunciada para nós, e na qual somos abraçados como Humanidade. Uma Palavra, um Projecto Eterno de Amor que Deus escreve com a Humanidade envolvendo-a no Amor entre o Pai e o Filho, Amor que é chamado de Espírito Santo (Rom 5,5) que se revela com toda a força na Ressurreição de Jesus.

Um Amor que se revela, não numa Humanidade perfeita, mas numa Humanidade marcada pelo pecado, pelo sofrimento e pela morte. Um Amor que, diante desta Humanidade, deste Adam que somos nós, não nos condena, não nos julga, mas irrompe como Perdão, como Cura, como Libertação. «Porque em Deus está a Abundante Redenção» (Sal 130,7). E este Projecto chamado Humanidade já pertence a uma Páscoa na qual é assumida: «O primeiro homem, Adão, foi feito um ser vivente e o último Adão (Cristo), um Espírito que dá a Vida» (1Cor 15,45).

A Humanidade continua marcada pelo sofrimento e pela morte. Não será por acaso que o livro dos Actos dos Apóstolos inicia o ministério de Pedro e João tal como iniciou o de Jesus: com a cura de um homem paralítico. «Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!» E, segurando-o pela mão direita, ergueu-o» (Act 3,6-7).

A missão dos discípulos continua como mediações da Presença fiel, libertadora e fraterna do Ressuscitado, testemunhando a Boa-Nova do Reino: de Deus encontramos uma Vontade de Salvação e Perdão, a Vontade de um Pai que nos abraça, na Páscoa de Jesus, como filhos. Uma Páscoa para a qual toda a Humanidade está a caminhar:

«Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas passaram.» O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas» (Apc 21,3-5).

Como redentoristas procuramos a fidelidade a esta missão através, sobretudo, pelo anúncio explicito desta Boa-Nova de Libertação:
«Obrigam-se todos os Redentoristas, seguindo sempre o magistério da Igreja, a serem, entre os homens, servos humildes e audazes do Evangelho de Cristo, Redentor e Senhor, princípio e modelo da nova humanidade.
Esse anúncio visa especialmente a copiosa redenção, isto é o amor de Deus Pai “que nos amou primeiro, e nos enviou seu Filho, como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10) e que pelo Espírito Santo vivifica a todos os que n’Ele crêem.
Essa redenção atinge o homem todo, aperfeiçoa e transfigura todos os valores humanos, para que todas as coisas sejam recapituladas em Cristo (cf. Ef 1,10; 1Cor 3,23) e conduzidas a seu fim: uma nova terra e um novo céu (cf. Ap 21,1)»
(Constituição cssr 6)

Caso queiram aprofundar este tema da Redenção, convido-vos a clicar aqui:Redentorista

um grande Abraço!



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