domingo, 6 de setembro de 2009

algumas caracteristicas politicas dos regimes do ex-bloco de leste (que título estranho para este blog, hihi)

Hoje apresento-vos uma partilha um pouco diferente, sendo que a nossa caminhada à volta da presença do Espírito Santo ficará para os próximos dias. Desde adolescente que me interesso muito (gostos não se discutem não é?) pela história do nosso século XX, os factos politicos e isso. Partilho hoje algumas caracteristicas que os historiadores reconhecem dos regimes politicos dos países do ex-Bloco de Leste, regimes socialistas segundo o modelo não-democrático dos sovietes (os sovietes eram organizações de operários e camponeses nas fábricas, aldeias e cidades). Limito-me a apresentar algumas caracteristicas: o meu objectivo não é, de longe, o de avaliar o sistema politico e muito menos a ideologia subjacente; é só reparar em algumas caracteristicas divertidas...

Classe Dirigente: não era permitida a fundação de outros partidos além do partido do regime; deste modo falhavam as alternativas politicas e o confronto de lideranças; nesses países acabou por gerar-se uma classe dirigente, ligada ao partido, de elites politicas, cujos cargos de poder e decisão eram ocupados segundo as leis dessa classe, sem uma representatividade da população, e quem os ocupava provinha da classe e nunca mudaria o rumo alinhado por essa classe. Uma classe separada da população, de elite, fechada em si, com os seus próprios mecanismos...

Secretário-Geral: era a figura máxima do poder nos países do bloco de leste; normalmente eram eleitos, não de modo universal, mas pelo grupo máximo de dirigentes, o Comité central do partido; e a história revela que os lideres tendiam a ocupar o cargo até à sua morte (casos de Estaline e Brejnev na URSS, Tito na Jugoslávia ou Ceausescu na Roménia) ou até um´estado grave de saúde (Hoenecker na RDA).

Isolamento: nestes paises tornava-se dificil o debate e confronto de ideias pelo controlo exercido nos ambitos da sociedade, desde a educação, censura na imprensa, perseguição e policia politica. Esse controlo era exercido em nome da "pureza ideologica" do socialismo e para defender o povo de "ataques" e influencias de um "mundo exterior" como o caso dos paises capitalistas.

Controlo de Moscovo: em 1968 assistiu-se ao que ficou conhecido como a "Primavera de Praga"; na Checoslováquia, os dirigentes liderados por Alexander Dubcek iniciaram uma série de reformas no sentido da abertura do país, liberdade de imprensa e opinião, e eleições com vários partidos; um programa com o nome de "Socialismo com Rosto Humano". Moscovo interviu pela força das armas: tropas dos países de leste entraram na Checoslováquia, afastaram Dubcek, anularam os processos de reforma e retomaram a "normalidade" politica.

Funcionalismo: o sistema politico e económico era fortemente centralizado e planeado,
deixando muito pouco espaço para a iniciativa privada e individual, para o surgimento de novidades e dinamismos. O Estado tornava-se como o "grande patrão" por quem a população era protegida (um grande elemento positivo, o elevado nivel de protecção social) e ao mesmo tempo era funcionária.
Envelhecimento: é um facto que nos anos finais destes regimes as classes dirigentes eram marcadas pelo envelhecimento; basta ver qualquer foto tirada nos finais dos anos 80. A falta de eleições plurais, o "carreirismo" nas classes dirigentes do partido unico e a perseguição de opositores chamados de "dissidentes" gerou um envelhecimento dos dirigentes que já não eram os representantes da maioria da população.




Qualquer semelhança com outra realidade é pura coincidência...


um grande abraço!

1 comentário:

João disse...

O que tu foste dizer...

Mas realmente, ele há semelhanças do catano!

Gostei.